01 October 2007

Conheci o Pedro

Viu-o pela primeira vez na casa de Matosinhos.
Fazia dezoito anos e ofereceu um jantar.
Amigos comuns levaram-me a casa do Avelino Pedro de Araújo Dantas.
Ao fundo da rua Conde Alto de Mearim, lá estavam um portão grande, de ferro, pintado de verde-escuro e um muro alto de onde caíam umas trepadeiras.
A rua terminava aí – não tinha saída.
Umas ruínas em frente faziam adivinhar uma antiga construção que já não existia.

Mais abaixo o porto armado com seus guindastes, guardava os barcos de mercadoria encostados junto às docas depois de grande viagem.

A luz eléctrica dava à noite uma claridade irreal e crua.
- Batemos.
Junto ao portão do lado de dentro ouviam-se ritmos de rock e o barulho de muita gente.
Pouco depois entramos e misturamo-nos.
Não fui logo apresentado Segui para a cozinha onde acabava sempre por confluir alguém.
Aí estavam a sua mãe e irmãos com umas tias a organizarem a saída das comidas enquanto lá fora se ouvia a música montada na garagem.
Havia uma grande mesa na sala de jantar, cheia de coisas boas.
As pessoas circulavam por toda a casa e jardins.
Viam-se caras animadas, bonitas e muita gente conhecida.
Pareceu-me uma pessoa social, espontânea que divertia bem os seus amigos.

Depois dessa festa passaram muitos anos duma amizade que sempre perdurou. O Pedro foi o amigo de todas as aventuras e entre o excesso e o cuidado, foi um conversador e animador único, companheiro e leal, mesmo nas fraquezas tinha algo para dar. Muito me ensinou.

– Bem ajas: até sempre.

Luís Machado Aires

3 comments:

Burme said...

Texto escrito pelo Luís quando conheceu o Pedro, pediu-me ele para postar

pat said...

Esperamos agora que o Sr. Luís se junte ao blogue.

Belinha said...

Obrigada.....
Tou convosco...!
Bjis Bela*

Isto por cá

 Isto por cá Pedro está mesmo mesmo estranho. O mundo em vez de avançar parece que parou. Continuamos com saudades tuas.